sexta-feira, 12 de setembro de 2008

diário de um boêmio

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quinta-feira
dia de larus. de larus, de larus, de larus - daquelas em que a gente sente que...não bebe faz tempo,
sai da sala de aula com as pernas inquietas (e outras partezinhas formigando)
e aí a gente assina o SUICÍDIO ACADÊMICO, o atestado de aluno medíocre, a lista de presenças e vai embora..
e ai o professor larga uma piadinha-indireta "ooooooopa, saindo cedo numa quinta-feira?! deve ser algo grave..."
e aí a brilhante-aluna-cara-de-pau retruca "é sim, meu pai está enfermo" (carão debochado de enterro).

De fato, existe uma enfermidade.
Daquelas em que não cabem maiores especificações. Em que a monotonia pega pelos cabelos e solta sem a maior cerimônia: MINHA FILHA, SAI DESTE CORPO QUE NÃO TE PERTENCE - e eu nunca entendi direito tal frase Evangélica, enquanto observava a índole nascitura de alguns exemplares que se dizem humanos (sai o quê? o corpo que não pertence à alma.. ou a alma que não pertece ao corpo????)

SAI MONOTONIA. sai. sai. porque AQUI, a regra é ludibriar, hipocritetizar, conformar...entediar.

A festa... estava boa, quando resumia-se aos amigos quizumbeiros que curtem o mero encontro alcoólico de descontração e eventuais declaraçoes fraterno-etílico-afetivas (das quais considero as melhores).

Quanto aos outros presentes, o bom e VELHO TÉDIO.

Silêncio dos piores: barulhento, vazio, sem conteúdo e com cheiro de cigarro. Palavras, olhares, gestos que nunca disseram e nem nunca vão dizer nada.

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sexta-feira
o retorno para a sala de aula com um tom trágico, porém ABENÇOADO e grato conformismo de poder ouvir alguma teoria,
alguma idiotice
alguma mesquinharia ou alguma hipocrisia... por ouvir alguma utopia...

agradecendo por poder ouvir alguma coisa.

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