sábado, 30 de agosto de 2008

Emo

Eu não culpo essa geração por andar por aí de preto, com penteados alternativos, tentando chamar a atenção. Não culpo mesmo! A criançada que perambula pelas ruas em 2008, numa tentativa frustrada de desfrutar ao máximo dos dourados anos da adolescência, está passando por um período de depressão.

A maioria do pessoal que foi jovem na década de 60/70 não acredita em terapia. A maioria do pessoal que nasceu nos anos 80 precisa de terapia por culpa deles.

Naqueles anos 80, os adolescentes tinham que ouvir dos pais a clássica “vocês não têm uma guerra pra parar”. Pra mim, eu, arquiteta, não-psicóloga, essa geração que parou a guerra via tudo em preto e branco demais! Se algo que tu podes tocar é ruim, deves pará-lo. Se é bom, podes continuar.

O que eu SINTO não é grande o suficiente pra merecer atenção, afinal, “o mundo está em guerra e tu estás deprimido?” O emocional se perde na perspectiva de quem observa o mundo pela mente dos anos 60. Eles tinham coisas mais importantes pra resolver…

Passamos então pelos anos 80 e todo aquele EGO de quem fez tudo certo. O mundo está mais liberal, todo mundo toma pílula, e os nossos pais se comportam como uma criança de 8 anos que ganhou um video game e não precisa mais ir à escola. Na visão deles está tudo bem e os seus filhos vão ser criados num mundo muito melhor. Essa fase da história vê a frase “Na minha época não era assim” ser repetida com uma freqüencia jamais vista antes nas conversas familiares.

Mas esse ego não sustenta a negação dos adolescentes por muito tempo. Não importa o quando os clássicos dos anos 80 sejam vazios e fúteis (e provavelmente os meus preferidos!) logo, logo, chegaria Axl Rose e Kurt Cobain para apresentar a juventude à sua nova fase: Raiva -acompanhada de inveja e ressentimento-. Bem-vindos aos anos 90!

Nos anos 90, a gente começa a sentir. Estamos com raiva. Nossos pais não nos entendem! Nossos pais não nos EN-TEN-DEM! Tem alguma coisa faltando, tem alguma coisa sobrando. As famílias estão caindo na desgraça. Somos meio-irmãos, temos 3 pais, 2 mães, somos gays, passamos fome. Eles liberaram o mundo, acabaram com as regras e … virou zona! Estamos com raiva.
“Segundo Elisabeth Kubler-Ross, experiências com a morte podem ser descritas em 5 estágios: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação.”

Barganha… kurt morreu, axl engordou. É a era dos Hanson e dos backstreet boys. Britney Spears e o escambau. “e se eu for um adolescente feliz, satisfeito e com cara de saudável, tudo isso vai ter sido só um sonho e eu vou perceber que o mundo é lindo?”

Óbvio que não. Vocês são o mesmo fruto dos mesmos lares desestruturados, são a geração criada pelos amigos e não pelos pais (aqueles que nunca te entenderam). A não ser os poucos sortudos equilibrados que, ou tem uma família perfeita, ou não superiores demais pra se importar com tudo isso. -Acredito que esses sejam os ativistas do greenpeace e os médicos sem fronteiras.-

Os backstreet boys estão numa clínica de reabilitação. Os hansons casaram, tiveram 3 filhos cada um e partiram para ajudar crianças na áfrica -aposto 10 pila como em breve eles também vão ser ativistas do greenpeace!- britney spears pirou…. quem chega?!

Blink 182, My chemical romance, 30 secs from mars e toda essa gente que põe pra fora tudo o que essa juventude estava sentindo. E não só com palavras, mas com gestos e roupas. Alguém finalmente te entende! Tu és jovem na primeira década dos anos 2000? Parabéns. Estás passando pelo quarto e penúltimo estágio: A depressão!
Calma que a notícia melhora! A depressão não é privilégio dos adolescentes! Cada dia mais e mais mulheres procuram clínicas de fertilização e buscam pela adoção. “Ops! O príncipe encantado não vai vir mesmo.” Sou um homem 30 anos e moro com os meus pais. “Eu sou um perdedor”! É… o clima de “Eu DESISTO” está no ar!

O que esperar do futuro? Aceitação… “É assim e não vai mudar.”
Beth Kubler-Ross tem uma ótima notícia pra ti, negrinho. Corta essa franja logo porque ela não valoriza. Afinal, as regras morreram, mas vai ficar tudo bem mesmo! Então, pra que tanto drama? ;P

Mais informações sobre o greenpeace no site…

(Michele Rossi - arquiteta e não-psicóloga)

2 comentários:

Felipe Ventura Vargas disse...

Parece que o mundo precisa de atenção, só não pode mimar

tefa disse...

"as pessoas têm que acreditar em forças invisíveis pra fazer o bem..

tudo o que se vê não é suficiente... e a gente sempre invoca o nome de alguém...

uh uh uh lá lá lá.. ié ié.."

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